Perícia: tragédia foi causada por falha mecânica ou mal súbito de motorista
Sobreviventes de acidente contam que sentiam cheiro de borracha queimada e gritavam ‘Vai bater!’ Viação pode ser responsabilizada
POR | FLAVIO ARAÚJO FRANCISCO EDSON ALVES |
Rio - Uma falha mecânica nos freios está sendo apontada por peritos da Polícia Civil como a provável causa do acidente, nesta segunda-feira à tarde, com um ônibus da Viação 1001, na Rio-Teresópolis (BR-116), que matou pelo menos 11 pessoas e deixou 19 feridas.
Segundo testemunhas, o motorista, identificado apenas como Eduardo Fernandes, perdeu o controle do veículo, na altura do Km 102, em Guapimirim, invadiu a pista no sentido contrário e atingiu o carro de um casal que seguia para Teresópolis.
Após a colisão, o ônibus voltou para a pista e, em seguida, despencou de uma altura de 10 metros e só parou ao se chocar com uma árvore. Ele e mais dez passageiros morreram na hora.
Após a colisão, o ônibus voltou para a pista e, em seguida, despencou de uma altura de 10 metros e só parou ao se chocar com uma árvore. Ele e mais dez passageiros morreram na hora.
Arte: O Dia
Durante a viagem, o motorista parou para pegar mais passageiros, em quatro cidades: Miracema, Santo Antônio de Pádua, Pirapetinga e Além Paraíba.
Além da suspeita de falha nos freios, a Polícia Rodoviária Federal trabalha com a hipótese de o motorista ter passado mal durante a viagem. No local do acidente não havia marcas de frenagem.
Perícia calcula velocidade de 80 km/h
Agentes da 67ª DP (Guapimirim) e policiais rodoviários fizeram perícia no local e constataram que o ônibus desceu a Serra de Teresópolis a 80 quilômetros por hora. A velocidade máxima da via nesse trecho é de 60 quilômetros por hora.
Segundo bombeiros do quartel de Teresópolis, passageiros contaram que o motorista vinha tentando controlar o freio do ônibus na descida da Serra.
Viação abre sindicância
A Viação 1001 abriu uma sindicância para apurar as causas da tragédia. Segundo a empresa, todos os veículos passam por manutenção periódica. A companhia afirmou que vai verificar se o freio do ônibus, envolvido no acidente, havia passado por alguma inspeção recente.
O ônibus será levado para o pátio da empresa e lacrado até a polícia fazer uma perícia mais detalhada no local. A via chegou a ser interditada nos dois sentidos por 35 minutos para facilitar o socorro às vítimas.
Além da suspeita de falha nos freios, a Polícia Rodoviária Federal trabalha com a hipótese de o motorista ter passado mal durante a viagem. No local do acidente não havia marcas de frenagem.
Agentes da 67ª DP (Guapimirim) e policiais rodoviários fizeram perícia no local e constataram que o ônibus desceu a Serra de Teresópolis a 80 quilômetros por hora. A velocidade máxima da via nesse trecho é de 60 quilômetros por hora.
Segundo bombeiros do quartel de Teresópolis, passageiros contaram que o motorista vinha tentando controlar o freio do ônibus na descida da Serra.
Viação abre sindicância
O ônibus será levado para o pátio da empresa e lacrado até a polícia fazer uma perícia mais detalhada no local. A via chegou a ser interditada nos dois sentidos por 35 minutos para facilitar o socorro às vítimas.
Bombeiros de quatro quartéis participaram do difícil resgate de sobreviventes e corpos na mata | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Pavor e desespero em passagerios
Pavor e desespero tomaram conta dos passageiros do ônibus da Viação 1001 minutos antes da queda na ribanceira. Vítimas que sobreviveram ao acidente contaram que, na descida da Serra de Teresópolis, o motorista Eduardo Fernandes puxou o freio de mão várias vezes para tentar parar o veículo.
Pavor e desespero tomaram conta dos passageiros do ônibus da Viação 1001 minutos antes da queda na ribanceira. Vítimas que sobreviveram ao acidente contaram que, na descida da Serra de Teresópolis, o motorista Eduardo Fernandes puxou o freio de mão várias vezes para tentar parar o veículo.
Passageiros sentiram cheiro de borracha queimada e gritavam sem parar: “Vai bater, vai bater”, quando viram que o ônibus estava descendo a via desgovernado e em alta velocidade.
Em pânico, alguns saíram de suas cadeiras e correram para o fundo do ônibus para evitar o impacto da batida. Um deles foi Emerson Turques da Silva, 14 anos, que está internado no Hospital das Clínicas Constantino Ottaviano de Teresópolis.
O jovem havia ido com a família passar o fim de semana em Itaperuna e voltava para casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O irmão, o técnico administrativo Edson Turques da Silva, 22 anos, foi chamado pelo hospital para acompanhar Emerson.
O jovem havia ido com a família passar o fim de semana em Itaperuna e voltava para casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O irmão, o técnico administrativo Edson Turques da Silva, 22 anos, foi chamado pelo hospital para acompanhar Emerson.
Ônibus despencou de ribanceira após bater e carro e só parou ao colidir com árvore | Foto: Reprodução TV
“A família está desesperada porque não temos notícias dos nossos pais e da nossa avó que estavam no ônibus”, disse Edson.
Para Teresópolis foram levados de ambulância outros 15 passageiros. Três em estado grave, com fraturas múltiplas nas pernas, braços e quadris. São eles: Ernestina Santos, 81 anos, José Severino da Silva, 54, e um turista alemão não identificado.
Outro alemão teve ferimentos no rosto e foi socorrido no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. Junto com ele, bombeiros levaram a aposentada Vera Lúcia de Paula Lopes, 61 anos, que também está fora de perigo.
A neta dela, Maria Eduarda, de 4 anos, foi levada sozinha para o Hospital das Clínicas de Teresópolis. Esperta, ela passou contatos dos familiares que moram em Itaperuna.
Para Teresópolis foram levados de ambulância outros 15 passageiros. Três em estado grave, com fraturas múltiplas nas pernas, braços e quadris. São eles: Ernestina Santos, 81 anos, José Severino da Silva, 54, e um turista alemão não identificado.
Outro alemão teve ferimentos no rosto e foi socorrido no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. Junto com ele, bombeiros levaram a aposentada Vera Lúcia de Paula Lopes, 61 anos, que também está fora de perigo.
A neta dela, Maria Eduarda, de 4 anos, foi levada sozinha para o Hospital das Clínicas de Teresópolis. Esperta, ela passou contatos dos familiares que moram em Itaperuna.
Sônia e Sebastião Dandara tiveram o carro atingido pelo ônibus, pouco antes de despencar na ribanceira | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
“Ela sofreu só escoriações e está bem”, contou a diretora do hospital, Rosane Rodrigues Costa. Os resgates foram realizados por bombeiros de Magé, Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim.
Acidente: Viação 1001 poderá ser responsabilizada
Se ficar comprovado, através de perícia, que a falta de freios foi a causa do acidente, a Viação 1001 poderá ser responsabilizada criminalmente pelas mortes dos passageiros. A informação é da 67ª DP (Guapimirim), que apura as causas da tragédia.
Acidente: Viação 1001 poderá ser responsabilizada
Se ficar comprovado, através de perícia, que a falta de freios foi a causa do acidente, a Viação 1001 poderá ser responsabilizada criminalmente pelas mortes dos passageiros. A informação é da 67ª DP (Guapimirim), que apura as causas da tragédia.
Bombeiros recolhem corpos de mortos em ônibus | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
A maioria dos corpos estava dentro do veículo. Duas vítimas foram projetadas para fora do ônibus. Segundo bombeiros o motorista e o passageiro que estava na cadeira atrás foram imprensados contra as ferragens. Os corpos dos mortos foram transportados para o Instituto Médico Legal (IML) do Rio.
Motorista do ônibus teria tentado desviar de carro antes de despencar
O casal Sebastião Dandara, 65 anos, e Sônia Maria Rodrigues, 62, moradores de Teresópolis, subiam a Serra quando se depararam com o ônibus na contramão.
“Vi o ônibus na curva. Ele veio piscando as luzes, como se fosse avisar alguma coisa. Ainda tentei jogar para a direita, mas vinha um caminhão. Pensei: vou morrer. Nessa hora, só rezei. Se o ônibus não desviasse, ia bater na gente e íamos acabar morrendo”, contou Sebastião.
O Renault Sendero de Sebastião foi atingido na lateral traseira pelo ônibus. Em seguida, o veículo totalmente sem controle subiu o meio fio e despencou para a ribanceira.
“Fomos salvos por Jesus”, afirmou a técnica de enfermagem Sonia Maria. Sebastião conta que ficou tão atordoado que parou o carro, deu meia volta e desceu a Serra procurando o ônibus, mas não viu o acidente.
Um policial disse que o motorista salvou muita gente. “Se tivesse batido no carro, teria batido em muitos outros carros, provocando tragédia ainda maior”.
Motorista do ônibus teria tentado desviar de carro antes de despencar
O casal Sebastião Dandara, 65 anos, e Sônia Maria Rodrigues, 62, moradores de Teresópolis, subiam a Serra quando se depararam com o ônibus na contramão.
“Vi o ônibus na curva. Ele veio piscando as luzes, como se fosse avisar alguma coisa. Ainda tentei jogar para a direita, mas vinha um caminhão. Pensei: vou morrer. Nessa hora, só rezei. Se o ônibus não desviasse, ia bater na gente e íamos acabar morrendo”, contou Sebastião.
O Renault Sendero de Sebastião foi atingido na lateral traseira pelo ônibus. Em seguida, o veículo totalmente sem controle subiu o meio fio e despencou para a ribanceira.
“Fomos salvos por Jesus”, afirmou a técnica de enfermagem Sonia Maria. Sebastião conta que ficou tão atordoado que parou o carro, deu meia volta e desceu a Serra procurando o ônibus, mas não viu o acidente.
Um policial disse que o motorista salvou muita gente. “Se tivesse batido no carro, teria batido em muitos outros carros, provocando tragédia ainda maior”.
Colaborou Maria Luisa Barros
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