quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DENÚNCIA EM SÃO JOÃO DA BARRA DE TROCA DE VOTOS POR ESTÁGIO


Denúncia em SJB de troca de estágio por votos

Estudantes compareceram a 145ª Delegacia Legal (SJB) para formalizar a denúncia
17/out/2012
  • Suspeito: Maicon Cruz
  • Estudantes compareceram a 145ª Delegacia Legal (SJB) para formalizar a denúncia
Suspeito: Maicon Cruz
Jualmir Delfino e Telmo Filho
A promessa do estágio remunerado, através do Programa Menor Aprendiz da Eletrobrás, virou caso de Polícia na tarde de ontem no município de São João da Barra, no Norte Fluminense. Cerca de 100 jovens afirmam terem sido contactados, durante o período eleitoral, por dois cabos eleitorais do sexo feminino, que se diziam ser assistentes sociais e pediam votos para o candidato a vereador Maicon Silva da Cruz (PSB), 22 anos, da Coligação Compromisso com o Futuro (PSB/PSDC). Alguns denunciantes registraram ocorrência na 145ª Delegacia Legal (DL/SJB), sendo instaurado inquérito e encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal (DPF/Campos) para investigação de possível crime eleitoral.
Maicon, que seria assessor da prefeita de SJB, Carla Machado (PMDB), teria marcado uma reunião ontem, às 13h, no Colégio Estadual Raimundo de Magalhães, no Distrito de Barcelos, para falar sobre o programa. Mas o encontro acabou não acontecendo e deixou pais e alunos revoltados.
Promessa feita na casa de vítima
Segundo o estudante Raphael Oliveira Barros, 18 anos, uma cabo eleitoral ligou para casa dele e perguntou se alguém tinha interesse em fazer estágio remunerado no valor de R$ 780,00. “Claro que eu quis. Ela agendou a visita e no dia marcado apareceu, em setembro. Quando chegou a minha residência disse que o estágio era certo e que precisava da cópia do meu título de eleitor, da identidade e do CPF e me deu uma folha para preencher e assinar. Ela se apresentou como cabo eleitoral do candidato Maicon Cruz e pediu para votar nele e que o estágio era certo”, revelou.
Raphael relatou ainda que a cabo eleitoral marcou para ontem uma reunião com o Maicon no colégio para encaminhamento ao estágio. “Hoje (ontem), eu e uns 100 agendados ficamos por cerca de três horas no sol aguardando pelo Maicon, que não apareceu. Depois de muita indignação, meu pai convenceu o segurança e conseguiu falar com a diretora da escola e ela informou que o estágio não existe”, explicou.
A diretora geral do colégio, Carla Renata Pereira, disse que uma pessoa ligada à Secretaria Municipal de Educação esteve no “Raimundo Magalhães” e deixou as fichas de inscrição do programa. Segundo ela, esse procedimento aconteceu em outras escolas da rede estadual. “Eu fiquei sabendo desta reunião de hoje (ontem) pelos alunos, que foram informados em suas residências. Hoje (ontem) ainda recebi um telefonema de Maicon informando que a reunião havia sido cancelada porque o programa foi suspenso”, explicou.
Suspeito nega todas as acusações
A dona de casa Carla Alessandra Silva dos Santos, 31, relatou que duas mulheres apareceram na sua casa dizendo que a filha dela tinha passado no teste e que foi selecionada para fazer o estágio de dois anos e com carteira assinada. “E elas pediram voto para Maicon Cruz e eu disse que já tinha candidato, mas pediram sigilo. E esse procedimento foi feito na residência de todos os outros alunos. Muita gente largou o emprego acreditando no estágio. Os nossos filhos têm que ser ressarcidos”, ressaltou.
Maicon é agente de saúde e sanitarista concursado da Prefeitura de SJB e morador na Praia de Atafona. Nestas eleições ele obteve 334 votos para vereador, sendo o 28º mais votado no município, integrando a Coligação São João da Barra Não Pode Parar, que ajudou a eleger o prefeito Neco e o vice Alexandre Rosa, ambos do PMDB.
Por telefone, Maicon negou todas as acusações, alegando que as pessoas estão fazendo confusão, já que sempre participou do movimento jovem. Ele também disse que não é assessor da prefeita Carla Machado.
A assessoria de Comunicação da Prefeitura de SJB disse que o governo não teve participação nestas inscrições e que não existe convênio com a Eletrobrás para que o município pudesse gerenciar o programa.O Diario

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